O fim dos likes no Instagram tornou-se um assunto polêmico. Que essa é uma das maiores redes sociais do mundo, você já sabe. Só em 2018, foram 8 milhões de novos arrobas conectados em redes sociais¹. Por isso, a atualização teste do aplicativo causou alívio para muitos e preocupação para outros.
O número de curtidas foi ocultado. Assim, apenas os próprios usuários podem saber quantas curtidas suas fotos e vídeos têm. Isso impede que os demais inscritos possam saber o número de curtidas de cada post. Por outro lado,faz com que a busca incessante por likes diminua e que os conteúdos sejam mais valorizados pelos usuários..
Segundo o Instagram, o objetivo da alteração é mostrar a preocupação com a saúde mental de quem usa o aplicativo. Isto é, a plataforma quer deixar a experiência do usuário mais leve e divertida e menos competitiva. Em especial, entre os jovens. Público com a personalidade ainda em formação,mais sujeito a vícios de tecnologia e a quadros de transtornos mentais.
Conquistar curtidas significa conquistar aprovação e estimula, no cérebro, o sistema de recompensas. Teoricamente, como falo muito em meu blog, liberando mais dopamina e causando bem-estar. Contudo, isso pode ter um efeito contrário caso não se consiga o número desejado de curtidas. O que causa frustração e pode chegar ao ponto de desencadear uma depressão, por exemplo.
Segundo profissionais de psicologia que aprovam essa mudança no aplicativo, frequentemente as pessoas constroem sua identidade baseadas em redes sociais. Elas criam uma realidade de faz de conta. Projetam o que não são para conseguir a tal aprovação que a rede social pode proporcionar. Em consequência, causando prejuízos emocionais também em terceiros. Pois, afeta a vida do seguidor, que (supostamente) não vive aquele ideal de vida (que se diz) perfeito.
Alguns influencers torceram o nariz para a mudança. Devido ao número de curtidas, esses usam a ferramenta para ganhar dinheiro demonstrando o seu “potencial” merchandising às empresas.
O mesmo vale para empresas que vendem serviços como o aumento de curtidas. Pura ilusão que, na prática, não gera retorno algum a não ser uma falsa influência online. Que, inclusive, tende a cair com o tempo, como afirmam os profissionais de marketing digital.
A partir de agora, as pessoas devem focar menos na corrida por curtidas e mais em contar suas verdadeiras histórias. Deixando de lado, finalmente, a paranoia de comparar curtidas e de construir um “ranking de sucesso” com isso.
Particularmente, vejo a novidade como positiva para a sociedade em geral. Todos poderão postar sua real versão sem a possível impressão de não ser aprovada por outras pessoas. O que promove maior segurança na hora de compartilhar momentos autênticos.
Assim, podemos esperar a busca por mais self, a verdadeira essência, e menos selfie, a foto perfeita.
¹ We Are Social. Global Digital Report, 2018. Disponível em: https://digitalreport.wearesocial.com/