Cursar Faculdade: Sim ou Não?

Cursar Faculdade: Sim ou Não? Lembro-me de que, na época em que cursava o colegial – hoje conhecido como ensino médio – era muito comum a preocupação com a faculdade, com a ideia de que, para “ser alguém na vida”, era preciso ter um diploma. Os pais, preocupados com o futuro dos filhos, acreditavam que uma vaga na faculdade seria a garantia de um bom emprego e uma vida feliz. A partir daí, o filho precisaria escolher qual carreira seguir, e para ajudar, poderia ser feito um teste vocacional, que, de acordo com as aptidões e interesses da pessoa, indicaria as áreas nas quais ela se encaixaria melhor. Eu mesmo cheguei a fazer um teste desses, através de uma empresa que tinha uma parceria com a escola em que eu estudava.

A Origem do Pensamento

Esse pensamento vem de tempos muito antigos, mais especificamente do século XVIII, com a Revolução Industrial, quando as indústrias precisavam de mão de obra qualificada. Assim, o ensino passou a seguir o molde de formar bons funcionários, que, especializados em determinadas áreas, teriam um bom emprego, o que, por consequência, acarretaria um bom salário e, portanto, uma vida feliz.

O Impacto da Graduação na Renda

A ideia de que a melhor remuneração vem com a graduação realmente faz sentido, e, segundo a PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que estuda o mercado de trabalho e o desenvolvimento socioeconômico no país, o nível de instrução é determinante para a renda dos brasileiros. Em 2017, o profissional com nível superior completo ganhava quase o triplo daquele que só tinha estudado até o ensino médio.

O Dilema da Escolha do Curso

Mas e quando um jovem escolhe um curso apenas para agradar os pais? Como deve ser entrar em uma faculdade apenas para obter um diploma, sem pensar na própria realização pessoal? Imagine passar anos estudando algo e, depois, descobrir que não era aquilo que realmente desejava. Situações como essa são comuns e mostram que muitas pessoas fazem esse tipo de escolha para agradar outras, em vez de a si mesmas, o que deveria ser a prioridade.

A Influência dos Pais e das Escolas

Os pais, naturalmente, têm boas intenções e querem o melhor para os filhos, mas muitas vezes os direcionam para um caminho que não os satisfaz, impedindo-os de se tornarem realmente felizes e realizados. Esse processo é alimentado pelas escolas, especialmente as particulares, e pelas empresas, que precisam demonstrar resultados, o que, na prática, significa mostrar quantos de seus alunos foram aprovados no vestibular. Prova disso são os outdoors dessas escolas, frequentemente vistos em qualquer cidade, geralmente com fotos de alunos aprovados, demonstrando estarem felizes e com o nome de seus cursos pintado no rosto ou no braço.

O Valor do Conhecimento

Dizer que não vale a pena cursar uma faculdade seria um absurdo. Conhecimento é sempre bem-vindo e ninguém perde por estudar. A quantidade de assuntos aos quais os alunos têm acesso nas universidades é imensa, e esse nome deriva de “Universo”. Como disse Albert Einstein: “As pessoas podem tirar tudo de você, menos o seu conhecimento”.

Graduação e Sucesso Profissional

Para profissões como a de médico, advogado ou engenheiro, é claro que cursar uma faculdade é necessário. No entanto, para várias outras, a graduação não é obrigatória nem sinônimo de sucesso. Podemos citar várias pessoas de sucesso que não têm nível superior, como Silvio Santos, Steve Jobs, Eike Batista e Mark Zuckerberg. Alguns até iniciaram uma faculdade, mas não a concluíram.

Empreendedorismo e Formação Acadêmica

Quando se fala em empreendedorismo, teoricamente o diploma não é necessário, até porque não há uma graduação específica para a formação de empreendedores, embora diversos outros cursos tenham disciplinas voltadas para a gestão e administração de empresas, como Gestão de Negócios, Marketing, Gestão Financeira e Administração.

O Equilíbrio Entre Realização e Suporte Financeiro

Cursar uma faculdade aumenta a rede de contatos e é possível aprender com quem já trilhou aquele caminho, além de conhecer parceiros que podem ser para a vida toda.

O importante é poder conciliar o que te realiza com aquilo que te dá um suporte financeiro suficiente. De nada adianta fazer o que gosta se não há o retorno financeiro desejado, assim como não vale a pena ganhar dinheiro exercendo uma atividade que não te agrade.

Reflexão e Flexibilidade

Como toda escolha tem uma consequência, o mais sensato é pensar bem na hora de decidir seu futuro para não se arrepender depois. Caso isso aconteça, não tenha medo de mudar e seguir aquilo que melhor lhe convém, buscando, no final das contas, a felicidade.